Após fugir para Itália, Zambelli prepara campanha anti-STF
Zambelli disse que se "cansou de ficar calada" que o Brasil não tem condições de abrigar pessoas que querem falar, como ela

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3) que fugiu do Brasil para não ser presa, depois de ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O plano da deputada é se instalar na Itália e iniciar uma campanha contra o STF.
Trata-se de um plano parecido com o que foi posto em execução pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com a diferença que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu os Estados Unidos como destino. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o partido apoia a iniciativa da colea e vai dar e à mãe e ao filho adolescente dela, que ficaram no Brasil.
A deputada tem cidadania italiana e a primeira ministra do país é Giorgia Meloni, do partido de ultradireita Fratelli D’Ítalia. Ela disse, em entrevista à rádio Auriverde, de Bauru, que é alvo de perseguição e que vai viajar pelo continente europeu e se reunir com autoridades para denunciar o que chama de distorções na realidade brasileira.
“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim, a princípio, buscar um tratamento médico, e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo (…) Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia. Estou muito tranquila quanto a isso”, afirmou. “Me cansei de ficar calada, me cansei de não atender meu público (…) Nosso país não tem condições de abarcar pessoas que querem falar tanto quanto eu”.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir diversos documentos falsos no sistema do CNJ. Entre eles, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.