.wp-block-co-authors-plus-coauthors.is-layout-flow [class*=wp-block-co-authors-plus]{display:inline}
CIÊNCIA

Planeta com possibilidade de vida foi só ilusão, dizem estudos

Planeta K2-18b despertou otimismo por causa de de um gás chamado sulfeto de dimetila, em abril de 2025

Planeta K2-18b despertou otimismo do mundo científico (Foto: Pixabay)
Planeta K2-18b despertou otimismo do mundo científico (Foto: Pixabay)

O anúncio de que o telescópio espacial James Webb havia detectado “fortes indícios” de vida no planeta K2-18b, em abril deste ano, evoluiu do otimismo para a decepção em poucos meses. Na época, o telescópio teria encontrado sinais de um gás que, na Terra, vem de micro-organismos oceânicos. Mas três estudos independentes analisaram os dados de forma mais aprofundada e não encontraram provas sólidas da presença do sulfeto de dimetila nas amostras.

Uma dessas pesquisas foi conduzida pelo astrônomo Luis Welbanks, da Universidade Estadual do Arizona. Ele diz que as alegações feitas em abril “simplesmente desaparecem” quando submetidas a verificação. O planeta fica a cerca de 120 anos-luz da Terra, uma distância considerável e que dificulta o avanço dessas pesquisas.

Os cientistas que operam o telescópio investigam o planeta a partir de sinais que ele deixa ao ar em frente à luz de uma estrela. A luz atravessa a atmosfera, o que permite descobrir quais gases estão presentes ali. Essa técnica já havia sido usada com sucesso no planeta GJ 1214b, revelando vapor de água em sua atmosfera.

O telescópio James Webb, lançado pela Nasa em 2021, chegou uma funcionalidade que auxilia ainda mais nas pesquisas: com uma luz infravermelha, ele consegue identificar gases mesmo em atmosferas extremamente distantes. E foi justamente com esse observatório que os cientistas começaram a investigar o K2-18b com mais atenção.

O K2-18b tem cerca de 2,6 vezes o tamanho da Terra. Está sob análise desde 2023, ano em que o astrônomo Nikku Madhusudhan começou a estudá-lo depois de detectar hidrogênio, dióxido de carbono e metano na atmosfera dele. Também encontraram indícios, porém muito fracos, de sulfeto de dimetila (que precisavam ser analisados melhor).

No ano seguinte, a equipe decidiu fazer uma nova observação, agora com outro instrumento do telescópio, voltado para luz infravermelha de comprimentos de onda maiores. Dessa vez, a presença do sulfeto de dimetila apareceu mais forte. Segundo o artigo que descreve os resultados, havia apenas três chances em mil de o sinal ser fruto do acaso, o que animou os pesquisadores.

Sobre o planeta k2-18b, leia também