Marcos Mion apaga publicação defendendo Léo Lins e muda posicionamento; veja
Apresentador cita divergência com o humorista, mas critica punição como forma de censura

Marcos Mion, 45, se envolveu em uma polêmica nas redes sociais nesta quinta-feira (5), ao sair em defesa do humorista Léo Lins, 42. Em um texto publicado no Instagram, o apresentador da Globo reconheceu que discorda do tipo de humor praticado por Lins, mas ponderou que censurá-lo não seria a melhor solução. Após a repercussão, Mion apagou a postagem.
“Censura nunca é boa, independentemente do contexto”, escreveu o apresentador em nova publicação, feita após a repercussão negativa. Ele afirmou que sua intenção era criticar o cerceamento da liberdade artística, mesmo quando os conteúdos sejam, segundo suas próprias palavras, “absurdos”.
- Quais piadas levaram Léo Lins a ser condenado a mais de 8 anos de prisão?
Na postagem original, Mion relembrou que Léo Lins começou na televisão como redator do programa Legendários, exibido pela Record. “Eu adorava seus textos, suas ideias. Ele escrevia bases muito boas para as minhas análises de programas e novelas”, disse.
Apesar do elogio profissional, o apresentador disse não compactuar com o estilo atual do humorista. “Dentro da sua enorme capacidade e genialidade, ele optou pelo caminho do humor ofensivo, do escárnio, do choque e da absoluta falta de respeito. Eu não gosto e não respeito esse tipo de humor. Mas ele existe.”
O global também contou que já teve desentendimentos com Léo Lins no ado, inclusive envolvendo piadas sobre autismo, tema sensível para Mion, que é pai de uma criança autista. “O que ele escreve é m*rda e já falei isso brigando com ele nas redes”, reforçou. Ainda assim, ele afirmou que não considera apropriado que o humorista seja alvo de censura, a menos que suas falas de fato configurem crime.
No novo texto, publicado após deletar o anterior, Mion tentou esclarecer seu posicionamento. “Escrevi que discordo e não respeito o que ele faz. Em nenhum momento falei que esses absurdos são a genialidade dele. Isso que defendi: que censura nunca é boa. Mas eu não conheço todos os textos dele. Se configuram crime, como escrevi, foi a escolha dele.”
Na última terça-feira (3), Leo Lins foi condenado a oito anos e três meses de prisão pelos crimes do artigo 20 da Lei do Racismo (“praticar e incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”) e do artigo 88 do Estatuto da Pessoa com Deficiência (“discriminação de pessoa em razão de sua deficiência”).
A tentativa de Mion de fazer um equilíbrio entre liberdade de expressão e responsabilidade repercutiu entre os seguidores. Enquanto alguns elogiaram sua coragem, outros apontaram contradição em defender alguém cujo humor ele próprio rejeita.