Polícia Civil confirma feminicídio de Vanessa Soares; saiba detalhes

Com Inglid Martins

A Polícia Civil de Goiás encerrou nesta quinta-feira (29) as investigações e confirmou que Vanessa Soares, de 24 anos – encontrada morta no mês de abril em Posse – foi vítima de feminicídio. O marido, Paulo Henrique Ferreira de Oliveira, que inicialmente alegou que a jovem havia tirado a própria vida e disse ter ocultado o corpo por “medo de ser responsabilizado”, é apontado como autor do crime.

Conforme os laudos periciais, Vanessa foi asfixiada com as mãos. O marido teria utilizado o próprio peso corporal para sufocá-la, antes de o corpo ser pendurado em uma corda para simular enforcamento. As marcas de violência e a dinâmica do crime descartam a versão anterior apresentada pelo suspeito.

Em depoimento, Paulo Henrique afirmou que teria encontrado a esposa morta, com uma corda no pescoço, durante a madrugada, e entrado em pânico. Ele alegou que Vanessa sofria de depressão e que a ocultação do corpo foi um ato de desespero. No entanto, as provas técnicas, incluindo o laudo cadavérico e o relatório de local, contradizem sua narrativa.

Prisão e pedido de preventiva

Paulo Henrique foi preso temporariamente e indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver. A Polícia Civil já solicitou à Justiça a conversão da prisão temporária em preventiva. O pedido aguarda análise.

Cronologia do caso Vanessa Soares

• 21 de março de 2025: Vanessa Soares desaparece ainda durante a madrugada. O marido, Paulo Henrique, relata que acordou e percebeu que ela não estava mais em casa. Celular, aliança e outros objetos pessoais foram deixados para trás, o que aumentou o mistério sobre o sumiço.
• 31 de março de 2025: Paulo Henrique é preso temporariamente como principal suspeito. As buscas são intensificadas pela Polícia Civil, com auxílio do Corpo de Bombeiros, cães farejadores e drones.
• 2 de abril de 2025: Após ser confrontado com as evidências, Paulo Henrique decide colaborar e indica à polícia o local onde enterrou o corpo da esposa. Os restos mortais são encontrados em uma cova rasa às margens da GO-108, entre Posse e Guarani de Goiás.
• 3 de abril de 2025: O corpo é levado a Goiânia para a realização de exames periciais, que deverão indicar a causa da morte e esclarecer se houve sinais de violência. A defesa que representava Paulo Henrique, o advogado Leonardo Magalhães Valente, deixou o caso no final da tarde. Até o momento, um novo defensor ainda não foi nomeado oficialmente.

O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil, que ainda não concluiu o inquérito. A família de Vanessa pede justiça e acompanha de perto os desdobramentos.