Vítima de bullying em Luziânia desabafa: ‘a escola não está fazendo nada’

Uma estudante de 14 anos, estudante da Escola Estadual Osfaya, em Luziânia (GO), denuncia ter sido vítima de bullying por colegas devido às sequelas de seu tratamento contra um osteossarcoma, um tipo de câncer ósseo. Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, a adolescente expõe as humilhações que enfrenta e a falta de apoio da instituição de ensino.

“Moro em Goiás, em Luziânia para ser mais exata. E aqui na cidade que eu moro, eu tô sendo vítima de bullying na escola, por duas meninas. E a escola não tá me acolhendo, a escola não tá fazendo nada sobre isso. O motivo que eu tô sendo vítima de bullying é por conta do meu cabelo, por conta que eu manco.”

“Eu tive um tumor na perna maligno, sendo mais específica, um câncer. O nome dele é osteossarcoma. E eu ei anos, anos nesse tratamento, entendeu? Desde 2023, eu tô nesse tratamento, fazendo quimioterapia, fisioterapia, cirurgia e ainda eu tô sendo perturbada na escola por conta disso. Eu tenho como provar tudo. Aqui tá o laudo da delegacia, do conselho tutelar, tá tudo aqui, ó”, desabafa a estudante.

A adolescente, que enfrenta a queda de cabelo por causa da quimioterapia, relata que é insultada com termos como “careca“ e “cascuda”. No vídeo, a jovem afirma que a escola não tomou medidas efetivas para protegê-la, mesmo com as agressões sendo recorrentes.

Diante da repercussão do caso, a Polícia Civil de Goiás abriu um inquérito para apurar os fatos, e o Conselho Tutelar está acompanhando a situação. A Secretaria de Estado da Educação (Seduc-GO) informou que só tomou conhecimento do bullying após a viralização do vídeo e que está oferecendo e à estudante e sua família.

Nota completa Seduc-GO

Em atenção à solicitação de informações sobre a aluna da Escola Estadual Osfaya, em Luziânia, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO) responde:

• A direção da unidade escolar acompanha a estudante desde que foi informada sobre a questão da saúde da aluna;
• Para garantir que não haja prejuízo na aprendizagem, a instituição de ensino sempre a o material de recomposição da aprendizagem e presta apoio pedagógico à estudante;
• A direção da escola destaca que não foi informada pela família sobre a ocorrência do bullying e só ficou sabendo do caso a partir da veiculação de um vídeo sobre o assunto pelas redes sociais;
• No Boletim de Ocorrência (B.O.), registrado pela mãe da estudante na delegacia, a mesma ite que ainda não havia levado essa questão ao conhecimento da direção da unidade escolar para que as devidas providências fossem adotadas;
• A Seduc/GO ressalta ainda que por meio da Coordenação Regional de Educação (CRE) de Luziânia, assim que tomou conhecimento da situação, deu início ao processo de apuração dos fatos, com a participação de uma equipe multidisciplinar, formada por inspetores escolares, tutores pedagógicos, assessores pedagógicos e dos profissionais do programa Ouvir e Acolher;
• A Secretaria de Educação frisa também que a equipe do Ouvir e Acolher já foi acionada para dar início ao trabalho de acolhimento da estudante e de combate ao bullying no ambiente escolar, com a presença de psicólogos e assistentes sociais.