.wp-block-co-authors-plus-coauthors.is-layout-flow [class*=wp-block-co-authors-plus]{display:inline}
CRISE

AgroGalaxy: Justiça aprova plano de recuperação após corte de 40%, fechamento de lojas e R$ 5 bi em dívidas

Homologação acontece após 8 meses de negociações

AgroGalaxy encerrou atividades em três estados. (Foto: divulgação)
AgroGalaxy encerrou atividades em três estados. (Foto: divulgação)

A Justiça de Goiás homologou o plano de recuperação judicial do Grupo AgroGalaxy, conglomerado do setor de insumos agrícolas que reúne diversas empresas voltadas ao agronegócio brasileiro. A decisão foi proferida pela juíza Alessandra Gontijo do Amaral, da 19ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia, no mês de maio, após aprovação do plano em assembleia geral de credores realizada em abril. A rede, que acumula cerca de R$ 5 bilhões em dívidas, fez corte de 40% no quadro de funcionários e fechou metade das lojas em todo país.

O processo de recuperação, iniciado em setembro de 2024, tramitou em menos de oito meses, em contraste com a média de dois anos registrada pelo relatório “Justiça em Números”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com um ivo estimado em cerca de R$ 5 bilhões, o caso é considerado o maior processo de recuperação judicial de Goiás e um dos mais relevantes do setor agro no Brasil.

Mais de 30 mil produtores

Atuando no atendimento de mais de 30 mil pequenos e médios produtores rurais em todo o país, o Grupo AgroGalaxy ingressou com o pedido de recuperação judicial com o objetivo de reestruturar suas dívidas e garantir a continuidade de suas operações. A Justiça concedeu tutelas de urgência, viabilizando a preparação adequada do plano.

A tramitação incluiu a nomeação de dois es judiciais: o advogado Miguel Ângelo Cançado e a sociedade Aluízio Ramos Sociedade Individual de Advocacia, representada por Aluízio G. Craveiro Ramos. Juntos, eles coordenaram a análise de mais de 5 mil credores, dentro dos prazos legais.

A assembleia geral de credores, realizada em 9 de abril de 2025 no formato híbrido, aprovou o quarto plano de recuperação judicial apresentado pelas empresas. A proposta recebeu adesão massiva e contempla 100% dos credores trabalhistas; 97,23% dos credores quirografários e 98,53% dos credores EPP/ME.

Ressalvas

Apesar da aprovação quase unânime, a juíza Alessandra Gontijo homologou o plano com ressalvas a cláusulas específicas, que, segundo ela, concediam benefícios indevidos a terceiros não sujeitos ao processo, como garantidores e avalistas.

A magistrada destacou que a recuperação judicial é um instrumento para preservar atividades empresariais viáveis, desde que observados os interesses dos stakeholders. Ela também determinou que o Grupo AgroGalaxy permanecerá sob fiscalização judicial por dois anos, podendo ter a recuperação convertida em falência em caso de descumprimento do plano.