Bolsonaro se emociona e pede que todos assistam seu depoimento ao STF
Ex-presidente diz que não irá 'lacrar' ao depor na corte
Jair Bolsonaro se emocionou nesta sexta-feira (6) e pediu que todos assistam seu depoimento ao STF, que será transmitido ao vivo na próxima semana. Durante participação no Encontro Nacional de Mandatárias do PL, em Brasília, o ex-presidente agradeceu pela oportunidade de falar publicamente à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, onde é réu por suspeita de envolvimento em uma trama golpista.
“Vale a pena assistir”, disse Bolsonaro, em meio a aplausos e gritos de “mito” da plateia, majoritariamente formada por apoiadoras. O ex-presidente afirmou que pretende apenas “falar a verdade” e garantiu que não vai “lacrar” ou confrontar os ministros da Corte. “Não vou lá para lacrar, querer crescer, desafiar quem quer que seja. Estarei lá com a verdade do nosso lado”, declarou.
- Pesquisa mostra que brasileiros temem mais retorno de Bolsonaro do que reeleição de Lula
Na fala, ele reforçou que o depoimento será “uma espécie de inquisição” e pediu que os brasileiros acompanhem. “O que aconteceu em 2022 com toda certeza será falado por mim, quando ao vivo estiver no Supremo com cinco ministros na minha frente me cobrando”, disse. Segundo ele, o depoimento será na terça ou quarta-feira.
Bolsonaro, que sempre recorreu a transmissões ao vivo nas redes sociais para se comunicar diretamente com a base, celebrou a possibilidade de o julgamento ser público. Para aliados, a exposição pode ser uma tentativa de mobilizar apoiadores e pressionar o STF.
- STF transmitirá ao vivo depoimentos de réus em ação de trama golpista
Na Presidência, Bolsonaro protagonizou uma série de declarações golpistas, ameaçou não cumprir decisões judiciais, atacou o sistema eleitoral com mentiras e estimulou atos antidemocráticos que culminaram nos ataques do 8 de Janeiro. Após perder as eleições para Lula, Bolsonaro incentivou os acampamentos em frente a quartéis e discutiu, com militares e assessores, formas de anular o resultado das urnas.
Saudosista da ditadura militar, o ex-presidente já foi condenado pelo TSE por mentiras sobre as eleições e está inelegível até 2030. Agora, é réu no STF por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, dano ao patrimônio público e outros. Caso seja condenado, a pena pode ultraar 40 anos de prisão.